Preto Velho não fala alto. Mas o que ele diz, ecoa pela eternidade. Sentado no seu banquinho, com o olhar doce e a palavra carregada de tempo, ele solta verdades que cortam mais fundo que qualquer faca.

E numa dessas conversas de alma, ele pergunta:

“Será que te ensinaram a amar o Cristo que sofre, para nunca ousar ser o Cristo que ressuscita?”

Essa pergunta não é teológica. É espiritual. Psicológica. Alquímica. Libertadora.

O Cristo que sofre…

Nos ensinaram desde cedo a amar o Cristo da dor. Aquele que sangra. Que carrega a cruz. Que é traído. Nos identificamos com a coroa de espinhos, com a injustiça, com o abandono. E sem perceber, aprendemos a amar mais a dor do que a transformação.

Fomos ensinados a nos sentir mais merecedores quando estamos sofrendo. Como se o sofrimento nos tornasse mais “bons”, mais “puros”, mais “aceitáveis aos olhos de Deus”.

Mas o Preto Velho te chama pra pensar:

E se o vício do sofrimento for uma armadilha espiritual?

O Cristo que ressuscita…

Poucos ousam ser o Cristo da manhã de Páscoa. Aquele que levanta. Que brilha. Que venceu a morte. Aquele que reaparece em luz, não para vingar, mas para ensinar.

Ser o Cristo que ressuscita é assumir o poder da própria luz. É encarar o mundo sem a cruz nas costas. É parar de mendigar amor e começar a servir com plenitude.

O Cristo ressuscitado não precisa provar nada a ninguém. Ele apenas É.

E talvez… esse seja o maior medo do ego: Não é morrer, é se permitir viver em plenitude.

O recado do Preto Velho

“Meu fio, a dor é mestra, mas não é morada. O tempo de carregar cruz já passou. Agora é hora de vestir a túnica da luz e andar com firmeza. Cristo não morreu pra você viver sangrando. Cristo ressuscitou pra você lembrar que pode ser inteiro.”

Conclusão

Quantas vezes você se boicotou porque achava que não merecia mais? Quantas vezes rejeitou a bênção porque só se sentia espiritual na dor?

Hoje, Preto Velho vem lembrar: Você também pode ressuscitar. Não é orgulho. É destino da alma que aprendeu a amar.